domingo, 10 de maio de 2009

Deus criou as mães

PARABÉNS A TODAS AS MÃES
AGUABRANQUENSE PELO SEU DIA!!!!!




No dia em que Deus criou as mães (e já vinha virando dia e noite há seis dias), um anjo apareceu-lhe e disse:

- Por que esta criação está lhe deixando tão inquieto Senhor?...

E o Senhor Deus respondeu-lhe:

- Você já leu as especificações desta encomenda?

Ela tem que ser totalmente lavável, mas não pode ser de plástico. Deve ter 180 partes móveis e substituíveis, funcionar à base de café e sobras de comida. Ter um colo macio que sirva de travesseiro para as crianças. Um beijo que tenha o dom de curar qualquer coisa, desde um ferimento até as dores de uma paixão, e ainda ter seis pares de mãos.

O anjo balançou lentamente a cabeça e disse-lhe:

- Seis pares de mãos Senhor?

- Parece impossível !?!

Mas o problema não é esse, falou o Senhor Deus

- E os três pares de olhos que essa criatura tem que ter?

O anjo, num sobressalto, perguntou-lhe:

- E tem isso no modelo padrão?

O Senhor Deus assentiu:

- Um par de olhos para ver através de portas fechadas, para quando se perguntar o que as crianças estão fazendo lá dentro (embora ela já saiba); outro par na parte posterior da cabeça, para ver o que não deveria, mas precisa saber, e naturalmente os olhos normais, capazes de consolar uma criança em prantos, dizendo-lhe:

- "Eu te compreendo e te amo!

- Sem dizer uma palavra.

E o anjo mais uma vez comenta-lhe:

- Senhor...já é hora de dormir. Amanhã é outro dia.

Mas o Senhor Deus explicou-lhe:

- Não posso, já está quase pronta. Já tenho um modelo que se cura sozinho quando adoece, que consegue alimentar uma família de seis pessoas com meio quilo de carne moída e consegue convencer uma criança de 9 anos a tomar banho...

O anjo rodeou vagarosamente o modelo e falou:

- É muito delicada Senhor!

Mas o Senhor Deus disse entusiasmado:

- Mas é muito resistente! Você não imagina o que esta pessoa pode fazer ou suportar!

O anjo, analisando melhor a criação, observa:

- Há um vazamento ali Senhor...

- Não é um simples vazamento, é uma lágrima! E esta serve para expressar alegrias, tristezas, dores, solidão, orgulho e outros sentimentos.

- Vós sois um gênio, Senhor!

- disse o anjo entusiasmado com a criação.

- Mas, disse o Senhor, isso não fui eu que coloquei.

Apareceu assim

domingo, 5 de abril de 2009

Menestrel das Alagoas

Teotônio Vilela

Ligado quase toda a vida a partidos de direita, Teotônio Vilela estreou no MDB - de oposição ao regime militar -, em 1979, com a missão de presidir a comissão parlamentar que discutiria a anistia aos cassados pelo AI-5. Como um cavaleiro andante da democracia, ele tirou dinheiro do próprio bolso para visitar um por um os presos políticos que cumpriam pena. Em uma delegacia, esbarrou na arrogância de um policial que exigia mandado judicial. "Dê licença, falo em nome da República!", agigantou-se Teotônio. Era um acerto de contas com o passado. Diante das vítimas de tortura, ele rogou ajoelhado: "Perdão por não ter visto antes essa barbárie."

Usineiro

Nascido a 28 de maio de 1917, em Viçosa (AL), Teotônio Brandão Vilela era o orador da turma no colégio jesuíta. Num discurso citou Rousseau, autor francês proibido pelo Vaticano. Os padres escutaram escandalizados o garoto de 15 anos que pregava um "novo pacto social". O catecismo acalmou, por uns tempos, sua fúria cívica. Em 1937, ele foi tentar a vida no Rio de Janeiro, mas preferiu os cabarés aos cursos de Direito e Engenharia, que nunca concluiu. De volta ao sertão, negociou boiada até fundar uma usina de cana-de-açúcar. Em 1948, filiou-se à UDN, partido pelo qual se elegeu deputado estadual e vice-governador de Alagoas. Em 1966, candidatou-se a senador pela Arena. Se num primeiro momento apoiou o golpe militar, logo disparou críticas. A rebeldia só não lhe rendeu a cassação por causa da amizade com o ministro dos Transportes, Mario Andreazza. "A situação do velho já estava ruim porque ele presidia a Sociedade de Amigos de Cuba, prova de que era um liberal por excelência", afirmou a ISTOÉ o senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL).
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Menestrel

Em 1975, cobrou a redemocratização nacional em discursos memoráveis que lhe valeram o apelido de Menestrel das Alagoas. Enquanto os parlamentares do MDB o aplaudiam de pé, os arenistas viravam as costas e deixavam o plenário. Teotônio percorreu o Brasil exigindo democracia. Inspirou-se na miséria nordestina para elaborar o Projeto Emergência, que propunha a moratória da dívida externa, reformas sociais e eleições diretas para presidente. Morreu a 27 de novembro de 1983, de câncer generalizado, depois de comover o País com sua peregrinação. "Há coisas que enchem a vida de alegria: lavar um cavalo na água fria do rio, sacudir um boi pelo rabo na carreira de uma vaquejada e falar com os jovens, sentindo a esperança."
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VOCÊ SABIA?

Boêmio inveterado, pagava rodadas de cachaça e uísque para os convivas, ainda que tivesse de assinar cheques sem fundo. "Gostava de acompanhar a cantoria tocando em caixinha de fósforo", lembra Teotônio Vilela Filho. Em 1972, decidiu, de repente, que nunca mais beberia. "Já estourei minha cota até o ano 2000", lamentava.

Menestrel das Alagoas
Letra de Milton Nascimento


Quem é esse viajante

Quem é esse menestrel

Que espalha esperança

E transforma sal em mel?

Quem é esse saltimbanco

Falando em rebelião

Como quem fala de amores
.
Para a moça do portão?

Quem é esse que penetra

No fundo do pantanal

Como quem vai manhãzinha

Buscar fruta no quintal?

Quem é esse que conhece

Alagoas e Gerais

E fala a língua do povo

Como ninguém fala mais?

Quem é esse?

De quem essa ira santa

Essa saúde civil

Que tocando a ferida

Redescobre o Brasil?

Quem é esse peregrino

Que caminha sem parar?

Quem é esse meu poeta

Que ninguém pode calar?

Quem é esse?
Para ouvir a música "Menestrel das Alagoas" é só clicar no link abaixo:

AVES DO TERRITÓRIO ALAGOANO

Cardeal (Paroaria coronata)

Cardeais são aves da ordem Passeriformes do género Paroaria. Ave realmente muito bonita, sua principal característica é o topete eriçado, de um vermelho intenso, que invade também o peito, em ambos os sexos. As partes superiores são acinzentadas, os olhos são marrom escuro, as pernas negras e a região ventral esbranquiçada. Possuem um canto alto e metálico.

Abaixo, um selo emitido em 1969 mostra o Cardeal (Paroaria coronata)... Curiosidades: O Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio diz que, em cativeiro, o “topetudo” cardeal imita outros pássaros, como por exemplo os sabiás.

Tico-tico / Rufous-collared Sparrow (Zonotrichia capensis)

TICO-TICO é ave passeriforme, da família dos emberizídeos ( Zonotrichia capensis)Ele é muito confundido com o pardal. Mas, além das diferenças de plumagem o Tico-tico traz um topete na testa, que o identifica à primeira vista.

Uma das aves mais abundantes na Caatinga em Alagoas. É conhecida também como Jesus-meu-deus pelo seu canto característico. Registrado em 05/04/09 na Serra da Taborja, São José da Tapera, AL.

Ouça o canto do Galo de Campina, Cabeça Vermelho (Paroaria Coronata)

http://www.youtube.com/watch?v=hVJTFQ9Vn2I&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=LkrxVoWOTws&feature=related

O Que é o Festival de Inverno de Água Branca

Evento, que acontece em julho e já se tornou uma tradição na região sertaneja. Com uma programação recheada de atividades, desde trilha ecológica, teatro, apresentação folclórica, exposição e apresentação de músicos alagoanos e de projeção nacional, o festival de inverno está se tornando uma referência durante os meses de junho e julho, oferecendo ao visitante o que há de melhor da cultura local e da culinária. O festival conta com o apoio do governo do Estado, através da Secretaria de Cultura. A cada ano, o público aumenta, principalmente pela presença de pessoas de estados vizinhos. Durante o festival há trilha ecológica de 80 km, que percorre diversos trechos, a exemplo da fazenda São Bento, Serra do Paraíso, Sítio Estreito e outros com chegada prevista para o dia seguinte na praça central da cidade. Outra trilha ecológica acontece no dia seguinte, de cinco quilômetros com destino à Pedra do Vento. Diversas atrações se apresentam nos palcos armados em vários pontos, além de grupos e cantores de fama nacional, os grupos locais e regionais (Grupo de Zabumbeiros, exposição de trabalhos da Secretaria de Estado da Assistência Social, teatro de rua, concerto musical com a participação de jovens e adolescentes do município).
Encerrando o evento, uma série de atividades, como grupo de capoeira, banda filarmônica Santa Cecília, reisado, esportes, sanfoneiros, recital de violão e cântico, além das apresentações de cantores de renomes.
Com uma programação eclética tem cada vez mais atraído moradores de municípios das mais variadas regiões alagoanas e de outros estados.

Arquitetura de Água Branca a um passo do tombamento








As relíquias e belezas arquitetônicas do município sertanejo de Água Branca estão a um passo de conquistar a imortalidade. A perspectiva de tombamento do sítio histórico da cidade, pelo patrimônio cultural do Estado de Alagoas, foi confirmada pela coordenadora do Pró-Memória, Adriana Guimarães Duarte, que se prepara para enviar uma equipe à região, dando início ao inventário de bens a serem tombados.
Segundo a coordenadora do Pró-Memória, a equipe técnica deverá permanecer na região durante, pelo menos, seis meses, período estimado para identificação de áreas e bens de interesse para preservação.“Estamos viabilizando, junto à Prefeitura de Água Branca, a infra-estrutura necessária para a permanência da equipe na cidade”, explicou, completando que aguarda o aval do município para, em breve, iniciar o inventário.
Desde a oficialização da notícia do tombamento, há dois meses, moradores da região vivem na expectativa dos efeitos do processo, que atualmente se encontra em fase de justificativa, realizada por Frederico Pernambucano, da Fundação Joaquim Nabuco. Após o cumprimento de etapas, como estudos detalhados sobre o patrimônio cultural e natural do município, e definição do polígono a ser tombado, é que o processo se converterá na elaboração da lei estadual de tombamento.
Antes da homologação da lei pelo governador e conseqüente apreciação pela Assembléia Legislativa, o processo deverá ser submetido ao Conselho de Cultura, ao secretário de Cultura e à Procuradoria Geral do Estado, e será concluído a partir da publicação da lei no Diário Oficial do Estado e transcrição no Livro de Tombo.
“É importante destacar que o bem tombado continua a pertencer a seu proprietário, podendo ser alienado se este o desejar”, esclareceu Adriana Duarte, reforçando que, a partir da instalação do processo de tombamento do sítio histórico da cidade, não será possível realizar intervenções em edificações, praças e logradouros sem antes requerer autorização ao Pró-Memória, órgão técnico da Secretaria Executiva de Cultura do Estado (Secult).
“A idéia é envolver a comunidade no processo e fazê-la participativa”, diz Adriana Duarte, referindo-se à importância da conscientização de moradores e comerciantes locais, sobre as conseqüências do tombamento, que garantirá a captação de recursos por meio de programas de incentivo, influenciando no aumento do fluxo turístico, na geração de renda e melhoria da qualidade de vida da população.

Caracterização do Município de Água Branca

Ano de Intalação - 1875

Altitude (m) - Entre 570 e 750m

Distância Rodoviária de Maceió - 304 km

Latitude - 09° 15' 39''

Longitude - 37° 56' 10''

Clima - Tropical Chuvoso com verão seco e inverno chuvoso

Distancia Rodoviária Água Branca/Maceió - 304 km


Segundo ponto mais alto de Alagoas

Segundo ponto mais alto de Alagoas, situada entre 550 a 750 metros acima do nível do mar, a cidade de Água Branca foi assim denominada numa alusão às fontes de águas cristalinas que existiam em suas serras. O município, que faz fronteiras com Delmiro Gouveia, Olho D’Água do Casado, Mata Grande, Inhapi, Pariconha, e Taracatu, em Pernambuco, até meados do século XVII, integrou as sesmarias de Paulo Afonso (BA), sendo elevado de vila à cidade, no ano de 1919.
Documentos raros deste período como o Livro do Tombo, de 1864, reúnem na sede do Arquivo Paroquial, fragmentos históricos, escritos em dezenas de volumes catalogados há 141 anos. Acontecimentos pitorescos, outros inusitados que refletem o processo de urbanização do antigo
povoado.
Nos dias atuais, a roda do engenho e a rapadura, símbolos da economia sertaneja, a feira livre das segundas, os sanfoneiros e as conversas na praça são ícones que a cidade faz questão de preservar. O contraste entre passado e presente acentua a beleza da região, envolta por cortinas de neblina e
paisagens bucólicas das serras e vales, com temperaturas que variam de 24 a 32 graus, com média de 16 graus, atingindo nos invernos mais rigorosos 12 graus.
Apostando nos caminhos do turismo rural e ecológico, o município oferece roteiros simples e inesquecíveis, com trilhas que passam por cachoeiras e quedas d’água, casarões, onde são servidos cafés com iguarias da terra, frutas e mel. O resgate dos engenhos de açúcar, projeto conduzido pela Prefeitura do município, a partir do modelo de gestão cooperativada, pretende reativar a produção de cachaça, rapadura, açúcar mascavo, mel de engenho e alfenim.
O artesanato da palha do Ouricuri confeccionado por negros que habitam a Serra das Viúvas é outro atrativo da região, assim como a renda ‘Singeleza’, bordado praticamente esquecido em todo país. A cidade rica em tradições artísticas e folclóricas reserva outras surpresas a seus
visitantes.
Água Branca é um dos poucos lugares no Brasil onde se celebra a Dança do São Gonçalo, herança cultural espanhola. O circuito da fé mobiliza festas, como a de Santa Joana, em 29 de maio e da padroeira, Nossa Senhora da Conceição, comemorada com procissão nos meses de novembro e dezembro.

sábado, 4 de abril de 2009

Capitão Virgulino, o Lampião em Água Branca

Quem foi Lampião?

Virgulino Ferreira da Silva nasceu no dia 7 de julho de 1897, ano que marcou o fim da guerra de Canudos,

3º da esquerda pra direita com seta vermelha - Padre que batizou Lampião.

Como tudo começou:

Quando contava apenas 17 anos de idade, acusou seu vizinho de roubar alguns bodes e isso criou uma rixa envolvendo as famílias Nogueira, Saturnino e Ferreira, cujo mais acirrado contendedor era Zé Saturnino. Depois desse acontecimento e sentindo-se perseguido com os seus, o pai de Virgulino, José Ferreira, resolveu abandonar o pequeno sítio onde morava mudando-se com os seus para Água Branca, no alto sertão de Alagoas. Pensava que, com isso, afastar-se-ia da ferrenha intriga. Engano seu, pois seus perseguidores não lhe deram trégua. Dois para três anos depois (1917), José Ferreira – o pai – Maria Lopes – a mãe – e mais dois de seus irmãos menores foram barbaramente assassinados por seus inimigos na porta de casa, no lugar conhecido como Poço Negro, município de Água Branca.

A sede de vingança tomou conta de Virgulino e ele veio a cometer alguns crimes em represália, indo se homiziar no bando de cangaceiros de Sinhô Pereira para se safar da Justiça. Daí por diante foi só uma questão de tempo para se tornar no famigerado bandido que praticava toda sorte de crimes, matando, esfolando e assaltando. Tornara-se no mais temido dos cangaceiros que assustavam os sertões, pelas barbaridades que cometia. Seu bando chegava às cidades como os fora-da-lei dos filmes western amaricanos, fazendo arruaças, barbarizando e metendo medo em tudo que era lugar onde passava. Caso não fosse satisfeito plenamente no que queria, começava uma onda de saques, matanças, incêndios, exterminação de rebanhos, entre outras atrocidades. Arrancava olhos, cortava orelhas e línguas, marcando rostos de mulheres a ferro em brasa – daquelas que estivessem usando vestidos ou cabelos curtos. Mas se fossem bem acatadas as suas ordens, mandava fazer arrasta-pé, onde todos brincavam às vezes por dois ou três dias. O fole de oito baixos não parava de tocar e a cabroeira se divertia ao som do xaxado, que era dança mesmo de cangaceiro. Fole, zabumba, reco-reco e pandeiro, acompanhavam as toadas:

Era um rapazola ainda quando entrou para o cangaço e, certa feita, ao enfrentar uma volante policial, seu fuzil não parava de cuspir balas, espirrando-as com veemência incessante. Vendo-o manejar com tamanha habilidade a sua arma no meio da noite escura, um soldado deixou escapar: “aquilo lá não é gente e a sua espingarda parece mais um lampião de gás, pela clarera que faz!” Foi a partir daí que Virgulino ganhou o apelido de “Lampião.” Também era conhecido como “capitão” Virgulino. Sua fama correu a grande galope pelo mundo inteiro. Quando Sinhô Pereira, resolveu “aposentar-se” do Cangaço, em junho de 1922, passou o comando do grupo a seu melhor homem. Então, Lampião o escoltou até a fronteira do Piauí com Goiás (onde hoje fica o Estado de Tocantins). Depois voltou como chefe do bando que se compunha de apenas 12 homens, contando com ele próprio.

Lampião x Baronesa de Água Branca

Como ainda não dispunha de recursos que pudessem sustentar seu pessoal, mandou pedir certa quantia em dinheiro à Dona Joana Vieira de Siqueira Torres, baronesa de Água Branca, para a compra de provisões. Feita a colaboração, ela jamais seria incomodada novamente, nem por ele nem por qualquer um outro do cangaço; teria mandado dizer-lhe. A Senhora de Água Branca – município ao qual pertencia a Vila de Piranhas – entretanto, não atendeu ao seu pedido e, pior: mandou um recado desaforado pelo mesmo portador endereçado àquele que tentou extorquir de suas posses: “Diga a seu chefe que o dinheiro que tenho é para compra de munição com a qual pretendo arrancar-lhe a cabeça”. Depois, para se prevenir, pediu ao Governo da Província que mandasse reforçar a guarda de seu território com uma força policial mais equipada de homens e armas. Ao ouvir do mensageiro o recado da Baronesa, Lampião virou-se numa fera bravia, com vontade de esganar. E logo quis dar o troco: mandou comprar algumas redes e as preparou segundo os costumes locais de carregar mortos, onde um madeiro é colocado de um punho a outro, sendo carregado nos ombros por dois homens robustos. Preparou tudo com esmerado cuidado, seus homens vestindo-se como pessoas comuns do lugar, com roupas simples e chapéu de palha, descalços, ou arrastando sandálias leco-leco. Fuzis, punhais e cartucheiras eram carregados no lugar onde deviam estar os mortos, enrolados em panos untados com groselha para aparentar sangue, dentro das ditas redes. Dirigiram-se esses à porta da delegacia de polícia e, aos berros, um dos cabras, disfarçado, gritou para o soldado de plantão: “acuda, praça! Mande gente lá para as bandas do povoado da Várzea, que a cabroeira de Lampião está acabando com tudo ali; mataram estes daqui e ainda há mais gente morta aos montes. Ande depressa, homem de Deus!”O despreparado soldado chamou imediatamente o corneteiro, que tocou reunir. Foi o momento propício para a execução do plano de Lampião: as armas foram retirados das redes e empunhadas contra o pelotão policial, que já estava perfilado, pronto para sair à procura dos bandidos. Aí, enquanto a polícia era rendida, outra parte do grupo já havia entrado na cidade e agia no saque à casa da Baronesa. Irreverente, Lampião foi até ela e, fitando-a com severidade, soltou o vozeirão: - Então, Senhora Baronesa, vai arrancar-me a cabeça agora? Venha, vamos dá um volta pela cidade para que vosmecê e todos daqui saibam qui cum o capitão Virgulino não se brinca nem se manda recado desaforado”. E fez a respeitável senhora, dona de notório prestígio público, segurar seu braço e andar assim com ele desfilando pela cidade. – (este foi o primeiro de um sem-número de assaltos cometidos pelo bando de Lampião. Aconteceu em 28/06/1922, poucos dias depois que tinha assumido o comando do grupo de Sinhô Pereira, jovem ainda, aos 25 anos de idade).

Lampião - virou mito e a sua fama de herói – ou bandido – é difícil de ser apagada da memória do povo. Continua um vulto que se eleva pela coragem de enfrentar o latifúndio dos “coronéis”, dos donos das cabeças. Borravam-se todos ante a ameaça de Lampião. Este cobrava por suas vidas e aqueles pagavam para continuar vivendo. Viravam coiteiros e de certa forma cúmplices das atrocidades que se vinham cometendo em nome do cangaço por esses sertões afora, numa área de 700 mil quilõmetros quadrados, compreendendo sete estados: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba Rio Grande do Norte e Ceará. Lampião subverteu a ordem das coisas. Latifúndios, (leia-se: “coronéis”, grandes fazendeiros) que durante séculos traziam o povo aos seus pés, pisando-os em cima, de repente viraram covardes, vivendo pela vontade daquele que realmente imprimia respeito e medo: Virgulino Ferreira da Silva, vulgo “Lampião”, cuja palavra era lei. Ele comandava uma pequena legião de 50 cangaceiros, enfrentando forças policiais cujos contingentes suplantavam a casa de 4.000 soldados em todos os territórios por onde passava.Durante as décadas de 20 e 30 o Cangaço (etnologicamente, gênero de vida levada pelos cangaceiros), correu a ruidoso galope pelas brenhas e caatingas do Sertão nordestino. Causava espanto e medo entre as às populações sertanejas, onde predominavam, de um lado, a aridez da terra, com suas caatingas brabas, de espinhos e chão esturricado e, do outro, a pobreza e a natureza rude do homem local, este já submetido a cruel sofrimento pelos rigores da seca. Por onde passava o cangaço ia deixando marcas de mortes, numa onda de violência tão brutal que causava desespero, tensão, angústia e medo; as pessoas somente se valendo da proteção de Deus e do “Padim Cirço” para sua salvação.

Água Branca

Histórico
O território de Água Branca, em meados do século XVII, fazia parte das sesmarias que compreendiam também os atuais municípios de Mata Grande, Piranhas e Delmiro Gouveia.
Para diferenciar de Mata Grande, do qual durante muito tempo foi povoado, chamou-se primitivamente Mata Pequena ou Matinha de Água Branca.
O topônimo Água Branca é proveniente do fato de haver, ali, uma fonte de água muito clara.
A penetração em terras do município deve-se a três irmãos de família Vieira Sandes, vindos de Itiúba, povoação do Rio São Francisco.
Atraído pelas boas pastagens oferecidas pela zona da caatinga, e pela riqueza da região serrana, o capitão Faustino Vieira Sandes desbravou o município, instalando uma fazenda de gado.


Gentílico: agua-branquense

Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Água Branca, pela lei provincial nº 413 de 1864.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Água Branca, pela lei provincial nº 681, de 24-04-1875, desmembrada do município de Paulo Afonso. Sede na localidade de Água Branca. Constituído do distrito sede. Instalado em 20-09-1876.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, a vila é constituída do distrito sede.
Elevado à condição de cidade com a mesma denominação, pela lei estadual nº 805, de 02-06-1919.
Em divisão administrativa do Brasil referente ao ano de 1933, o município é constituído do sede.
Pelo decreto estadual nº 2435, de 30-11-1938, é criado o distrito de Pedra e anexado ao município de Água Branca.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 2 distritos: Água Branca e Pedra.
Pelo decreto-lei estadual nº 2909, de 30-12-1943, o distrito de Pedra passou a denominar-se Delmiro.
Pela lei 1628, de 16-06-1952, desmembra do município de Água Branca o distrito de Delmiro. Elevado à categoria de município com a denominação de Delmiro Gouveia.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 2 distritos: Água Branca e Delmiro ex-Pedra.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Cidades ao redor de ÁGUA BRANCA, AL

Inhapi
Mata Grande
Pariconha
Delmiro Gouveia
Olho Dágua do Casado
Canapi
Manari
Inajá
Senador Rui Palmeira
Piranhas
Canindé de São Francisco
Tacaratu
Paulo Afonso
São José da Tapera

Potencialidades Turísticas

Na zona urbana o casario e as Igrejas do século XVII e na zona rural Engenhos, Cachoeiras, Serras e Riachos. O município possui potencial para desenvolver o turismo cultural e ecológico, (o microclima, as águas minerais).

Informações Sobre o Município

Prefeitura: Rua Cônego Nicodemos, N° 17
Bairro: Centro Cep.: 57490-000- Fone: (082) 644-1136 -Fax: (082) 644-1126
Órgão Municipal De Turismo: Diretoria de Esporte e Cultura Praça da Matriz, S/N
Bairro: Centro Cep.: 57490-000Fone: (082) 644-1312
Distância da Capital: 320 Km
Rodovias de Acesso: BR-316/BR-423 e AL-145 (pavimentadas, em bom estado de conservação)Área: 456,7 Km2Altitude: 771 metros
População: 20.782 Habitantes - Censo: 1996
Temperatura Média Anual : 25° C
Meses de Maior Incidência de Chuvas: Maio a Agosto
Principal Atividade Econômica: Agropecuária

Festas Populares

Carnaval
Festa de Nossa Senhora da Conceição (Padroeira)
Festa da Emancipação da cidade
Festas de Santo Antônio
São João e São Pedro
Festival de Inverno

Gastronomia

Bode assado e guisado
Galinha guisada
Peixe assado
Peixada

Folclore

Reisado
Quadrilha
Pastoril
Rodas de São Gonçalo
Ciranda

Artesanato

Cestaria (palha de ouricuri, de bambu e de bananeira)

Outros Locais de Interesse

Casa de Farinha de MaurícioEngenho de Amara! (visitas com autorização) Engenho de Cícero (visitas com autorização) Igreja de Nossa Senhora do Rosário

Principais Atrativos

Casarões Coloniais -Sítio arquitetônico formado por Casarões edificados no final do século XIX, de grande valor histórico pela arquitetura genuinamente colonial. Algumas edificações conservam suas características originais, outras estão parcialmente descaracterizadas pelas sucessivas reformas.
Trilha Ecológica da Cachoeira do Vaivém - A Trilha tem a extensão de 1,5 Km. No percurso, uma paisagem de vegetação de caatinga e formações rochosas. O estado de conservação da trilha é bom.
Mirante do Cruzeiro - O Mirante está localizado na Serra do Ouricuri. No entorno, vegetação de caatinga, árvores frutíferas, cultura de mandioca, palma, cana de açúcar e afloramento de rochas de granito. Há presença de população próxima ao atrativo.
Serra. do Himalaia - A Serra. tem a. altitude de aproximadamente 733 m. No topo, observa-se um bela. paisagem, com vários sítios, serras, povoados, além da cidade de Água. Branca. A população utiliza o local para organizar animados luais. Encontra-se em bom estado de conservação e limpeza.
Serra do Boqueirão - Sua altura é de aproximadamente 100 m. No local a vegetação é de caatinga, cerrado, floresta e brejo de altitude. Na base da Serra existe um povoado denominado Boqueirão e, na própria serra, sítios particulares, bem como uma estrada que antigamente dava acesso a Água Branca e hoje está em abandono devido a uma erosão pluvial. Encontram-se também dois riachos: o Riacho do Boqueirão e o Riacho da Cobra.
Riacho do Boqueirão - De pequena extensão, com largura variável e pouca profundidade. O riacho é temporário. No entorno do atrativo aparece afloramento rochoso de formação granítica contornada por vegetação típica de caatinga. A pesca é inexpressiva (peixes de pequeno porte).
Riacho da Cobra - Com largura variável e pouco profundo, o riacho apresenta em seu entorno vegetação de caatinga, floresta, cerrado e brejo de altitude, com afloramento de rochas de granito. O riacho é temporário. A pesca é inexpressiva (peixes de pequeno porte). A fauna da região é rica em espécies de répteis e aves.
Serra das Viúvas -Sua altura é de aproximadamente 150 m, com vista para várias serras no seu entorno. Sobressaem na paisagem os ouricuris e licuris, que têm uma expressiva importância econômica para a comunidade local da serra, pois as folhas das palmeiras são muito usadas na confecção de artesanato e as sementes na extração de óleo para alimentação. Os locais de interesse no percurso são as casas de farinha, os engenhos e o artesanato.
Cachoeira do Vaivém - Apresenta quedas d'água em forma de cascatas, propícias para banho pois formam, em suas bases, piscinas naturais de coloração escura. Ao redor da cachoeira, existe vegetação de caatinga e muitas árvores frutíferas.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição - Grande templo católico-romano construído em 1871 pelo Barão de Água Branca, com 1.100 metros quadrados de área. Estrutura em alvenaria de tijolos, pedra e cal. Arquitetura genuinamente colonial. Cobertura de telha cerâmica sobre estrutura de madeira, cúpula côncava forrada com cedro. No altar-mor, imagem da padroeira N. S. da Conceição, de São José e de São João, esculpidas em madeira, e folheadas a ouro. Todo o altar tem decoração barroca, apliques de madeira em alto relevo e banhado a ouro. Distribuídas pelo templo, imagens de Jesus Crucificado, Senhor dos Passos, N. S. das Dores, N. S. do Perpétuo Socorro, Santa Ana e São Joaquim, todas esculpidas em madeira, com detalhes folheados a ouro. Na nave central, imagens do Santíssimo, do Senhor Glorioso e do Senhor Morto, moldadas em gesso. Nas laterais internas, grandes pilares sustentam plataformas para corais e púlpitos, com apliques de madeira banhados a ouro. Nas paredes laterais, grandes portas e janelas rústicas de madeira, e quadros da via-crúcis em estilo gótico, moldados em gesso. Na parte mais alta da fachada, duas torres com sinos e relógios;

Água Branca (Alagoas)

Água Branca é um município brasileiro do estado de Alagoas, situado no sertão.
Localiza-se a uma latitude 09º15'39" sul e a uma longitude 37º56'10" oeste, estando a uma altitude de 570 metros.
É o segundo ponto mais alto de Alagoas. Sua população estimada em 2007 era de 19.316 habitantes.
Possui uma área de 456,6 km².

História

Até o século XVII o território de Água Branca fazia parte das sesmarias de Paulo Afonso (BA) que compreendiam, também, os atuais municípios de Mata Grande, Piranhas e Delmiro Gouveia, sendo uma das cidades mais antigas do Estado. Foi denominada Mata Pequena, Matinha de Água Branca, até se tornar o município de Água Branca. O nome veio de uma serra da região, rica em fontes de águas muito limpas.