sábado, 4 de abril de 2009

Capitão Virgulino, o Lampião em Água Branca

Quem foi Lampião?

Virgulino Ferreira da Silva nasceu no dia 7 de julho de 1897, ano que marcou o fim da guerra de Canudos,

3º da esquerda pra direita com seta vermelha - Padre que batizou Lampião.

Como tudo começou:

Quando contava apenas 17 anos de idade, acusou seu vizinho de roubar alguns bodes e isso criou uma rixa envolvendo as famílias Nogueira, Saturnino e Ferreira, cujo mais acirrado contendedor era Zé Saturnino. Depois desse acontecimento e sentindo-se perseguido com os seus, o pai de Virgulino, José Ferreira, resolveu abandonar o pequeno sítio onde morava mudando-se com os seus para Água Branca, no alto sertão de Alagoas. Pensava que, com isso, afastar-se-ia da ferrenha intriga. Engano seu, pois seus perseguidores não lhe deram trégua. Dois para três anos depois (1917), José Ferreira – o pai – Maria Lopes – a mãe – e mais dois de seus irmãos menores foram barbaramente assassinados por seus inimigos na porta de casa, no lugar conhecido como Poço Negro, município de Água Branca.

A sede de vingança tomou conta de Virgulino e ele veio a cometer alguns crimes em represália, indo se homiziar no bando de cangaceiros de Sinhô Pereira para se safar da Justiça. Daí por diante foi só uma questão de tempo para se tornar no famigerado bandido que praticava toda sorte de crimes, matando, esfolando e assaltando. Tornara-se no mais temido dos cangaceiros que assustavam os sertões, pelas barbaridades que cometia. Seu bando chegava às cidades como os fora-da-lei dos filmes western amaricanos, fazendo arruaças, barbarizando e metendo medo em tudo que era lugar onde passava. Caso não fosse satisfeito plenamente no que queria, começava uma onda de saques, matanças, incêndios, exterminação de rebanhos, entre outras atrocidades. Arrancava olhos, cortava orelhas e línguas, marcando rostos de mulheres a ferro em brasa – daquelas que estivessem usando vestidos ou cabelos curtos. Mas se fossem bem acatadas as suas ordens, mandava fazer arrasta-pé, onde todos brincavam às vezes por dois ou três dias. O fole de oito baixos não parava de tocar e a cabroeira se divertia ao som do xaxado, que era dança mesmo de cangaceiro. Fole, zabumba, reco-reco e pandeiro, acompanhavam as toadas:

Era um rapazola ainda quando entrou para o cangaço e, certa feita, ao enfrentar uma volante policial, seu fuzil não parava de cuspir balas, espirrando-as com veemência incessante. Vendo-o manejar com tamanha habilidade a sua arma no meio da noite escura, um soldado deixou escapar: “aquilo lá não é gente e a sua espingarda parece mais um lampião de gás, pela clarera que faz!” Foi a partir daí que Virgulino ganhou o apelido de “Lampião.” Também era conhecido como “capitão” Virgulino. Sua fama correu a grande galope pelo mundo inteiro. Quando Sinhô Pereira, resolveu “aposentar-se” do Cangaço, em junho de 1922, passou o comando do grupo a seu melhor homem. Então, Lampião o escoltou até a fronteira do Piauí com Goiás (onde hoje fica o Estado de Tocantins). Depois voltou como chefe do bando que se compunha de apenas 12 homens, contando com ele próprio.

Lampião x Baronesa de Água Branca

Como ainda não dispunha de recursos que pudessem sustentar seu pessoal, mandou pedir certa quantia em dinheiro à Dona Joana Vieira de Siqueira Torres, baronesa de Água Branca, para a compra de provisões. Feita a colaboração, ela jamais seria incomodada novamente, nem por ele nem por qualquer um outro do cangaço; teria mandado dizer-lhe. A Senhora de Água Branca – município ao qual pertencia a Vila de Piranhas – entretanto, não atendeu ao seu pedido e, pior: mandou um recado desaforado pelo mesmo portador endereçado àquele que tentou extorquir de suas posses: “Diga a seu chefe que o dinheiro que tenho é para compra de munição com a qual pretendo arrancar-lhe a cabeça”. Depois, para se prevenir, pediu ao Governo da Província que mandasse reforçar a guarda de seu território com uma força policial mais equipada de homens e armas. Ao ouvir do mensageiro o recado da Baronesa, Lampião virou-se numa fera bravia, com vontade de esganar. E logo quis dar o troco: mandou comprar algumas redes e as preparou segundo os costumes locais de carregar mortos, onde um madeiro é colocado de um punho a outro, sendo carregado nos ombros por dois homens robustos. Preparou tudo com esmerado cuidado, seus homens vestindo-se como pessoas comuns do lugar, com roupas simples e chapéu de palha, descalços, ou arrastando sandálias leco-leco. Fuzis, punhais e cartucheiras eram carregados no lugar onde deviam estar os mortos, enrolados em panos untados com groselha para aparentar sangue, dentro das ditas redes. Dirigiram-se esses à porta da delegacia de polícia e, aos berros, um dos cabras, disfarçado, gritou para o soldado de plantão: “acuda, praça! Mande gente lá para as bandas do povoado da Várzea, que a cabroeira de Lampião está acabando com tudo ali; mataram estes daqui e ainda há mais gente morta aos montes. Ande depressa, homem de Deus!”O despreparado soldado chamou imediatamente o corneteiro, que tocou reunir. Foi o momento propício para a execução do plano de Lampião: as armas foram retirados das redes e empunhadas contra o pelotão policial, que já estava perfilado, pronto para sair à procura dos bandidos. Aí, enquanto a polícia era rendida, outra parte do grupo já havia entrado na cidade e agia no saque à casa da Baronesa. Irreverente, Lampião foi até ela e, fitando-a com severidade, soltou o vozeirão: - Então, Senhora Baronesa, vai arrancar-me a cabeça agora? Venha, vamos dá um volta pela cidade para que vosmecê e todos daqui saibam qui cum o capitão Virgulino não se brinca nem se manda recado desaforado”. E fez a respeitável senhora, dona de notório prestígio público, segurar seu braço e andar assim com ele desfilando pela cidade. – (este foi o primeiro de um sem-número de assaltos cometidos pelo bando de Lampião. Aconteceu em 28/06/1922, poucos dias depois que tinha assumido o comando do grupo de Sinhô Pereira, jovem ainda, aos 25 anos de idade).

Lampião - virou mito e a sua fama de herói – ou bandido – é difícil de ser apagada da memória do povo. Continua um vulto que se eleva pela coragem de enfrentar o latifúndio dos “coronéis”, dos donos das cabeças. Borravam-se todos ante a ameaça de Lampião. Este cobrava por suas vidas e aqueles pagavam para continuar vivendo. Viravam coiteiros e de certa forma cúmplices das atrocidades que se vinham cometendo em nome do cangaço por esses sertões afora, numa área de 700 mil quilõmetros quadrados, compreendendo sete estados: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba Rio Grande do Norte e Ceará. Lampião subverteu a ordem das coisas. Latifúndios, (leia-se: “coronéis”, grandes fazendeiros) que durante séculos traziam o povo aos seus pés, pisando-os em cima, de repente viraram covardes, vivendo pela vontade daquele que realmente imprimia respeito e medo: Virgulino Ferreira da Silva, vulgo “Lampião”, cuja palavra era lei. Ele comandava uma pequena legião de 50 cangaceiros, enfrentando forças policiais cujos contingentes suplantavam a casa de 4.000 soldados em todos os territórios por onde passava.Durante as décadas de 20 e 30 o Cangaço (etnologicamente, gênero de vida levada pelos cangaceiros), correu a ruidoso galope pelas brenhas e caatingas do Sertão nordestino. Causava espanto e medo entre as às populações sertanejas, onde predominavam, de um lado, a aridez da terra, com suas caatingas brabas, de espinhos e chão esturricado e, do outro, a pobreza e a natureza rude do homem local, este já submetido a cruel sofrimento pelos rigores da seca. Por onde passava o cangaço ia deixando marcas de mortes, numa onda de violência tão brutal que causava desespero, tensão, angústia e medo; as pessoas somente se valendo da proteção de Deus e do “Padim Cirço” para sua salvação.

8 comentários:

  1. encantados. gostaria de ober copias de fotos da baronesa e da familia do barão... apesar de sabermois que tais fotos foram subtraidas do museu do barão, gostariamos de republicar tais fotos....
    Gileno, clara anache, Luna

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  2. Descendants de PEDRO JOSE DA SIQUEIRA TORRES
    Jusqu'à la 9e génération.

    PEDRO JOSE DA SIQUEIRA TORRES & CLARA ALVES TORRES
    1. Francisca Maria Alexandrina de SIQUEIRA & Domingos da Silva RABELO
    1.1. Joaquim da Silva (Joaquim do Amor Divino -FREI CANECA_ RABELO 1779-1825
    1.2. FRANCISCO ALEXANDRINO DE SIQUEIRA -médico- CANECA 1790-1838
    1.3. JANUARIO ALEXANDRINO DA SILVA RABELO CANECA 1808-1850
    1.4. CLARA JOAQUINA DA SILVA 1808
    1.5. FORTUNATO DA SILVA RABELLO CANECA
    1.6. CLARA ALEXANDRINA DA SILVA
    1.7. FLORINDA ALEXANDRINA DA SILVA
    Julia Alves Feitosa

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  3. 2. Manoel de Siqueira TORRES 1706-1784 & ? ?
    2.1. MANOEL DE SIQUEIRA-filho TORRES & Anna Maria Francisca Costa BARROS & Anna Maria de JESUS
    2.1.1. Theotônio Vitoriano de Siqueira TORRES 1784-1835 & Gertrudes Maria da Trindade Vieira SANDES †1860
    2.1.1.1. Theotônio de Siqueira - Filho TORRES
    2.1.1.2. Miguel de Siqueira TORRES
    2.1.1.3. João Alves de Siqueira TORRES 1804-1856 & Mariana Gomes FERREIRA 1825-1897
    2.1.1.4. Joaquim Antonio de Siqueira TORRES 1808-1888 & Joaquina Vieira SANDES & Joana Vieira SANDES & ? ?

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  4. 2.1.1.4.1. Pompeu Cidrão de Siqueira TORRES & Rosa Vieira de ALENCAR
    2.1.1.4.1.1. Cícero Cidrão TORRES & Diva Bulcão de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.1.1.1. Cícero Bulcão de Siqueira TORRES & Maria Eunice de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.1.1.1.1. Maria Cristina de Siqueira TORRES & ? ?
    2.1.1.4.1.1.1.1.1. Tatiana Torres LOPES
    2.1.1.4.1.1.1.1.2. Gabriela Torres LEITE
    2.1.1.4.1.1.1.1.3. Maria Torres LAJE
    2.1.1.4.1.1.1.2. Ceres Maria de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.1.1.2. Eduardo Bulcão de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.1.1.3. Silvio Bulcão de Siqueira TORRES & Maria Helena CONDE & ALICE TORRES
    2.1.1.4.1.1.3.1. Fernando Conde de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.1.1.3.2. José Carlos Conde de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.1.1.3.3. Sílvia Conde de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.1.1.3.4. Mauro Conde de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.1.1.3.5. LUCIANA TORRES

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  5. 2.1.1.4.1.1.4. Lúcio Bulcão de Siqueira TORRES & Eda Izzo de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.1.1.4.1. Tânia Izzo de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.1.1.4.2. Nereise de Siqueira Torres HENDERSON
    2.1.1.4.1.1.5. Oswaldo Bulcão de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.1.2. MANOEL TORRES
    2.1.1.4.1.3. José de Anchieta de Siqueira TORRES & Diva Bulcão de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.1.4. JOAQUIM LADISLAU TORRES
    2.1.1.4.1.5. MARIA JOSÉ TORRES
    2.1.1.4.1.6. POSSIDONIO TORRES
    2.1.1.4.2. Joana de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.3. Minervina de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.4. Manoel Antonio Firmino de GODOY & Rosa Parente de GODOY
    2.1.1.4.4.1. Antônia Parente de GODOY & Sérgio Nunes de MAGALHÃES
    2.1.1.4.4.1.1. Agamenon Sérgio de Godoy MAGALHÃES 1893-1952 & Antonieta Bezerra CAVALCANTI
    2.1.1.4.4.1.1.1. Paulo Germano MAGALHÃES & RUTH MAGALHÃES
    2.1.1.4.4.1.1.1.1. AGAMENON MAGALHÃES
    2.1.1.4.4.1.1.1.2. PAULO SERGIO MAGALHÃES
    2.1.1.4.4.1.1.1.3. ANTONIO SERGIO MAGALHÃES
    2.1.1.4.4.1.1.2. Teresa MAGALHÃES
    2.1.1.4.4.1.1.3. Maria Leticia MAGALHÃES
    2.1.1.4.4.1.1.4. Maria do Carmo MAGALHÃES
    2.1.1.4.4.1.2. Luís de Godoy MAGALHÃES & MARIA iiI FERNANDES
    2.1.1.4.4.1.3. Ageu de Godoy MAGALHÃES & HENRIQUETA BARBOSA MAGALHÃES
    2.1.1.4.4.1.4. Maria Auxiliadora de Godoy MAGALHÃES
    2.1.1.4.4.1.5. Sergio Nunes de - filho MAGALHÃES
    2.1.1.4.4.1.6. Zuleik de Godoy MAGALHÃES & PEDRO MALHEIROS
    2.1.1.4.4.1.7. Djanira de Godoy MAGALHÃES & PAULINO MALHEIROS
    2.1.1.4.4.1.8. Teresa de Godoy MAGALHÃES & ADERBAL GOMES VIEIRA
    2.1.1.4.4.1.9. Aracy de Godoy MAGALHÃES & SEVERINO MAGALHÃES
    2.1.1.4.4.1.10. Rosa de Godoy MAGALHÃES & ODORICO DE MENEZES MELO
    2.1.1.4.4.2. MARIA PARENTE DE GODOY & TIBURCIO VALERIANO GOMES DE LIMA
    2.1.1.4.4.2.1. JOSÉ GODOY
    2.1.1.4.4.2.2. JOAQUIM GODOY & YAYA GODOY
    2.1.1.4.4.2.3. LUÍS GODOY & ISABEL ALVES DE CARVALHO
    2.1.1.4.4.2.4. METÓDIO de Godoy LIMA & ANA II RIBEIRO & ARGELIA GOMES DE GODOY
    2.1.1.4.4.2.5. OSVALDO DE GODOY LIMA & MARIA ALVES NOGUEIRA
    2.1.1.4.4.2.6. CRISTINA DE GODOY NOGUEIRA & JOSE ANTUNES NOGUEIRA
    2.1.1.4.4.2.7. LUZIA DE GODOY NEIVA & JERONIMO DE ALBUQUERQUE NEIVA
    2.1.1.4.4.2.8. ANA GODOY & MANOEL MARIO NUNES PEIXOTO
    2.1.1.4.4.2.9. MARIA GODOY & JOSE BENEVIDES DE CARVALHO
    2.1.1.4.5. Cicero Joaquim de Siqueira (padre) TORRES
    2.1.1.4.6. Manuel Vieira de Siqueira TORRES & STELA LEMOS
    2.1.1.4.7. Misseno de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.8. Miguel Arcanjo de Siqueira TORRES & STELLA LEMOS
    2.1.1.4.9. Antônio Vieira de Siqueira TORRES & FRANCISCA BARROSO
    2.1.1.4.10. Alexandre Vieira de Siqueira TORRES & Amélia Vieira LUNA
    2.1.1.4.11. Luiz Vieira de Siqueira TORRES & CECILIA DOURADO
    2.1.1.4.12. Blandina Vieira de Siqueira TORRES
    2.1.1.4.13. JOAQUIM aNTONIO DE sIQUEIRA (PADRE) TORRES
    2.1.1.5. Alexandre Alves de Siqueira TORRES
    2.1.1.6. Faustina Clemência da Trindade de Siqueira TORRES & JOSÉ MANGUEIRA
    2.1.1.6.1. Antônia Cesárea MANGUEIRA & Manoel Severo Soares de MELO
    2.1.1.7. Francisca de Siqueira TORRES
    2.1.1.8. Maria da Conceição de Siqueira TORRES
    2.1.1.9. Gertrudes de Siqueira TORRES
    2.1.1.10. Engrácia de Siqueira TORRES
    2.1.2. ESTEVÃO JOSE DESIQUEIRA TORRES




    estamos pesquisando Ana Maria Francuisca, pelo nosso asacendente

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  6. SOU DESCENDENTE DA BARONESA.MINHA AVÓ ,NASCEU EM MATA GRANDE ,NA FAZENDA ESPANHA.ERA FILHA DE JOSÉ ALVES BEZERRA E ANTONIA VIEIRA DE SANDES.SEMPRE MINHA AVÓ=ANNA ROZA VIEIRA DE SANDES,FALAVA QUE ERA PRIMA DA BARONESA.GOSTARIA DE SABER QUEM SÃO OS PAIS DE MEUS BISAVÓS.EU TAMBEM NASCI EM MATA GRANDE-ALAGOAS
    CLARA ANACHE--RIO DE JANEIRO

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  7. Nos dias de hoje, com tantos políticos ladrões, estamos precisando de outro Lampião que nos acuda nos momentos de decisões políticas.

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  8. oi sou rubia bezerra neta de geraldo alves bezerra que veio morar em cuiaba mt, acho q sou parente de clara anache....

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